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sábado, 23 de outubro de 2010

Praça Cristo Redentor

PRAÇA DO CRISTO REDENTOR
Vemos na primeira foto, colhida pela objetiva da Aba Film no ano de 1938, a Praça do Cristo Redentor. A partir da esquerda, a mansão que foi de Luiz Borges da Cunha e Maria Pio de Castro, que ficava na Rua Franco Rabelo, em frente à Praça, seguida da casa construída por José Pio de Morais e Castro e Angélica Borges Pio de Castro, depois ocupada pelo inglês Francis Reginald Hull (Mr. Hull), meio encoberta por uma árvore; a Avenida Monsenhor Tabosa, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o Seminário Arquidiocesano. Na frente, a praça, com a torre que lhe deu o nome.
A pedra fundamental da Torre do Cristo Redentor foi lançada no dia 23 de julho de 1922, na então Praça Comendador Machado (hoje Praça do Cristo Redentor), construída para comemorar a passagem do Centenário da Independência do Brasil. Usou da palavra o arcebispo Dom Manoel da Silva Gomes.
Deveria ter sido inaugurada no dia 7 de setembro de 1922, mas só o foi às 17h de 24 de dezembro do mesmo ano. Os construtores foram os mestres Antônio Machado, Domingos Reis e Severino Moura, que foram os próprios arquitetos e engenheiros. Na ocasião da inauguração falou o arcebispo Dom Manoel da Silva Gomes. Estavam presentes o presidente do Estado Justiniano de Serpa, o prefeito de Fortaleza coronel Adolfo G. Siqueira e o deputado estadual Rubens Monte. A torre mede 35m de altura, com 3m de circunferência.
No dia 16 de novembro de 1924 foi inaugurado o relógio de quatro faces da coluna do Centenário (Cristo Redentor), mas em virtude do balanço da torre teve que ser retirado e foi depois levado para a torre da Igreja dos Remédios, onde ainda está.
No dia 19 de dezembro de 1924, a antiga Praça Senador Machado muda o nome para Praça do Cristo Redentor, que no dia 16 de julho de 1938 inaugurou sua urbanização.
A Biblioteca Pública do Estado, que estava funcionando no Palácio da Luz, começa a mudar-se para sua sede própria, na Praça do Cristo Redentor, no dia 26 de janeiro de 1967, era a casa já citada, de Luiz Borges da Cunha, vizinha ao atual prédio da Biblioteca Pública Menezes Pimentel, inaugurada em 27 de março de 1967.
Na década de 70 iniciaram-se as obras de construção da Avenida Leste-Oeste que absorveu a Rua Franco Rabelo e unindo lado leste ao oeste da Cidade. Foi Inaugurada no dia 5 de outubro de 1974, às 10h, batizada de Avenida Presidente Castelo Branco, unindo a Praça Cristo Redentor à Barra do Ceará.
A foto nova mostra a praça como hoje está, sua arborização não deixa ver os prédios que a rodeiam, mas as casa da primeira foto que ficavam na Rua Franco Rabelo foram demolidas para darem lugar hoje ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Praça São Sebastião

PRAÇA PAULA PESSOA - PRAÇA SÃO SEBASTIÃO
No dia 18 de abril de 1897 foi inaugurado, na antiga praça Carolina, o mercado de ferro destinado à venda de carne fresca - no local onde hoje estão o Palácio do Comércio, a praça Valdemar Falcão e o Banco do Brasil - O dinheiro para a compra da ferragem foi levantado através de bilhetes de crédito conhecidos popularmente como "borós". Era a administração do intendente Guilherme César da Rocha. O contratante para montagem do mercado foi Álvaro Teixeira de Sousa Mendes. Na época do mercado de ferro a praça chamava-se José de Alencar (ver texto 24).
Em 1937 o mercado começou a ser demolido ou desmontado, sendo logo em seguida montado uma parte na Aldeota, que é hoje o mercado dos Pinhões e a outra metade na praça São Sebastião (Praça Paula Pessoa), que é o que ilustra estas linhas na foto mais antiga. Referida praça localiza-se em quadrilátero entre a Rua Meton de Alencar, Rua Teresa Cristina, Rua Clarindo de Queirós e Rua Padre Ibiapina, sendo cortada ao meio pela Rua Padre Mororó.
Após alguns anos, a estrutura metálica tornou-se pequena para atender o comércio da praça Paula Pessoa (São Sebastião) e o mercado foi novamente desmontado e levado desta feita para a Aerolândia, onde ainda hoje se encontra, sendo construída na praça São Sebastião uma estrutura de alvenaria que foi sendo ampliada ao correr do tempo chegando a mais de quatro blocos.
A primeira foto, a mais antiga, data de 1939, colhida pela Aba Film, mostra a estrutura metálica importada da Europa tendo ao fundo as casas residenciais da época na Rua Clarindo de Queirós e Dona Teresa ou Teresa Cristina. Percebe-se que o mercado ainda não estava terminado e nem em funcionamento.
A Segunda foto, obtida 50 anos depois (1989), mostra como ficou o mercado após várias reformas ao longo dos anos, sendo construído um novo bloco para determinado tipo de artigo conforme a necessidade surgida.
A terceira foto, atual dá uma noção completamente diferente do local, pois o local antes ocupado pelo mercado hoje é uma praça e o local antes ocupado pela praça hoje tem sobre ele o atual mercado São Sebastião.
Na praça existe um estacionamento pago e a rua que vemos por trás é a Teresa Cristina e parte da Clarindo de Queirós. Ao longe vemos a torre da Igreja de São Benedito, a nova, pois a antiga, estilo barroco, foi demolida.
A Rua Padre Mororó que cortava a praça foi fechada no quarteirão do mercado. Pena que não se possa fazer uma compra no mercado pela imensa poluição sonora produzida por alto-falantes ali colocados pela administração.

Passeio Público

PASSEIO PÚBLICO
Estamos na Avenida Caio Prado, que fica atualmente nos fundos do Passeio Público, aquela que dá para o lado do mar.
Foi iniciada, em 1864, a construção do Passeio Público no Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora, que era a primeira praça da povoação, na gestão do presidente da Província Dr. Fausto Augusto de Aguiar, compreendendo três planos, o atual e outros dois mais abaixo, hoje ocupados pela Avenida Leste-Oeste.
O Passeio Público já foi Campo da Pólvora, Largo da Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital de Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 3/04/1879, Praça dos Mártires. Teve dois nomes não oficiais: Campo da Pólvora (1870) e Passeio Público, pelo qual é hoje conhecido. A praça foi urbanizada em 1864.
Havia três planos em três níveis, destinados às classes rica, média e pobre. Por volta de 1879 as duas praças mais baixas foram desativadas e a atual foi dividida em três setores com a mesma finalidade, ficando os ricos com a avenida do lado da praia, a classe média com a do lado da Rua Dr. João Moreira e os pobres com a central. Foi nesta época que o passeio recebeu as bonitas grades de ferro que o rodeavam e que foram retiradas em 1939 e recentemente feitas novas de acordo com as antigas.
O nome de Praça dos Mártires é uma homenagem aos heróis tombados ali, pertencentes ao movimento República do Equador, que foram bacamarteados: João Andrade Pessoa Anta, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina, padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo e o tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.
Na foto mais antiga, vemos no fundo o velho quartel do 9º Batalhão das Forças Federais ainda com apenas um andar; várias dezenas de combustores de iluminação a gás ladeando a avenida; em primeiro plano uma coluna encimada por uma esfinge, que dava acesso a uma escada que levava ao segundo plano; por trás, trecho da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e de frente para o fotógrafo pessoas posando para a posteridade, podendo-se notar a maneira de vestir da época, quando todos, sem exceção, usavam chapéus, independente de idade, cor, credo ou condição social.
A foto atual mostra o mesmo trecho hoje, quando o quartel abriga a 10ª Região Militar e já tem dois pavimentos, que não são vistos por estarem cobertos pelas copas das árvores. Os combustores presentes encimando a grade não são os mesmos antigos, mas novos, com luz elétrica.
RUA JOÃO MOREIRA - ANTIGA RUA DA MISERICÓRDIA - PASSEIO PÚBLICO
A atual Rua João Moreira já se chamou Rua Nova da Fortaleza, Rua da Misericórdia (por causa da Santa Casa), Rua General Tibúrcio e Rua nº 17.
Na foto antiga, que data de 1905, o fotógrafo está na calçada do Passeio Público, próximo à esquina da Rua João Moreira com a Rua Barão do Rio Branco, de costas para esta. Do lado esquerdo vemos, as antigas colunas com as grades de ferro que dali foram retiradas em 1932 e que recentemente foram refeitas no mesmo estilo, porém, com proporções alteradas. Na ponta da calçada, os combustores de gás.
Do lado direito, o prédio de dois andares (incluindo o térreo), onde ficava o "Hotel de France", que foi depois reformado, passando a ter mais um pavimento e nele funcionou, por muitos anos, o Pálace Hotel, de Efrem Gondim. Atualmente, no mesmo prédio, está a Associação Comercial do Ceará.
É a esquina com a rua Major Facundo, que nasce ali. Do outro lado da rua, a casa com as janelinhas quadradas no sótão, que era dos "Mississipis" e na outra esquina, já com a Floriano Peixoto, o edifício onde funcionou o Hotel do Norte, de Silvestre Rendall e depois lá ficou por muito tempo os Correios, a Light, o Serviluz, a Conefor e a Coelce. Hoje, apesar de pertencer ao patrimônio da Coelce, ao abandono, tendo já desmoronado parcialmente durante uma chuva.
O tempo trouxe o que mostra a foto atual, como a presença de carros, o asfalto na rua antes com calçamento, postes e fios, etc. O prédio em primeiro plano, que antes tinha apenas dois pavimentos e quatro portas, na nova foto tem três pavimentos e seis portas; no outro lado da rua a velha casa dos "Mississipis" bastante alterada, o sobrado semi-abandonado da Coelce na esquina da Rua Floriano Peixoto.
 

Praça dos Leões

PRAÇA dos LEÕES - GAL. TIBÚRCIO
Antes era um largo areal em frente ao Palácio do Governo e à Igreja do Rosário, local onde em fevereiro de 1872 foi armado o Circo Olímpico, de Augusto R. Duarte, que no anúncio publicado nos jornais traz a frase: "Roga-se às famílias trazerem as cadeiras".
Em 1847 o inverno rigoroso causou grandes fendas devido a diferença de nível entre o largo e a Rua de Baixo e foi mandado fazer, pelo presidente Inácio Corrêa de Vasconcelos, uma muralha para sustentar o aterro, dotando a Capital de um local aprazível, de passeio público, pois foram levantados pilares e gradarias de ferro e foram feitas escadarias para descida à Rua de Baixo.
Em fevereiro de 1887 resolução da Câmara dá ao largo o nome de Praça General Tibúrcio e em 8 de abril de 1888 foi ali inaugurada a primeira estátua erigida em Fortaleza, a do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Sousa, fundida nas oficinas de Thiebaut Fréres, e o pedestal de mármore foi esculpido, em Fortaleza, pelo artista Frederico Skinner.
Depois houve o alargamento das ruas e o alinhamento das calçadas, obra realizada em 1914, na administração do Intendente Ildefonso Albano, que também reforma totalmente a praça, refazendo todas as fachadas das casas da Rua General Bezerril, que foram recuadas. Foi nessa época que surgiu o Palacete Brasil, construído pela firma Rodolfo F. Silva & Filho, especialmente para abrigar a sede estadual do Banco do Brasil. Foi também nesta época que foram colocadas as estátuas dos animais e o coreto para apresentações de bandas de música. Foi aberta a Rua da Assembléia (Rua São Paulo) que tinha casas que avançavam até quase o meio da praça.
Na velha foto, colhida na década de 1920, vemos além da estátua, do coreto e do leão em primeiro plano, a arborização da época e, ao longe, o chamado "sobrado mole" e a velha Catedral ou Sé que foi demolida em 1938. A foto foi publicada na revista "Ilustração Brasileira" em 1922.
A fotografia atual, de Osmar Onofre, nos mostra a mesma praça com a mesma estátua, porém com outro coreto, pois o antigo foi demolido. No lugar do "sobrado mole" levanta-se o Edifício General Tibúrcio e já não se vê a Catedral que está encoberta pela vegetação que cobre quase tudo.

RUA SÃO PAULO - PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO
Antigamente o trecho aqui enfocado era completamente diferente do que retrata as duas fotos. Era um campo aberto, de areia, conhecido por Largo do Palácio, por ficar em frente ao Palácio da Luz, que era a sede do governo estadual. Mas tal largo era bem menor que a atual praça. Existiam casas no local onde hoje fica a Rua São Paulo e entravam cerca de 30 metros no terreno hoje ocupado pela praça. No lado da Rua General Bezerril também havia um avanço das casas que eram irregulares.
Em 1847 fortes chuvas causaram erosão no Largo do Palácio, foi quando o presidente da Província, Inácio de Vasconcelos mandou construir a muralha de proteção rodeando a praça com escadaria para a Rua de Baixo. Ali se instalavam no século IX circos e parques de diversões.
Em 1887 resolução da Câmara dá ao largo o nome de Praça General Tibúrcio. Em 1888 foi ali inaugurada a estátua do general Antônio Tubúrcio de Sousa, que foi a primeira da Cidade. Em 1891 foi iniciado, por sugestão do vereador José Albano, o alinhamento da praça. No ano seguinte houve uma revolta do Colégio Militar que terminou por depor o presidente do Estado José Clarindo de Queirós. Houve muitos tiros que atingiram a praça, o palácio e um deles pegou na estátua do general Tibúrcio que caiu de pé e em 1892 foi recolocada no seu lugar.
Em 1912, quando da deposição do presidente do Estado Antônio Pinto Nogueira Acioli, assumiu como intendente de Fortaleza o filho de José Albano, Ildefonso Albano, que continuou o trabalho de seu pai, desapropriando as casas dos dois lados e fazendo novas fachadas, abrindo a rua, além da urbanização da própria praça, obra terminada e inaugurada em 1914, como ainda tem uma placa de mármore na coluna em frente ao Museu do Ceará.
A foto mais antiga, que deve datar da década de 30, pois vemos nela o Palacete Brasil (1914), a Assembléia Legislativa (1871), além de um carro de modelo da década de 20.
A foto nova ou atual mostra o mesmo trecho visto do mesmo ângulo, com as árvores da praça em maior número e bem maiores, os mesmos prédios da foto anterior e por trás deles novos prédios, como o Edifício Sul América, o Edifício Jereissati (do Hotel Savanah) e os prédios da Rua São Paulo. Além disso, a Rua São Paulo hoje tem mão única descendo a ladeira, o asfalto substitui o paralelepípedo e alguns postes e fios e a sinalização fazem a diferença.

RUA SÃO PAULO e RUA VISCONDE DE SABÓIA NA PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO
Vemos o primeiro quarteirão da Rua São Paulo e da Rua Visconde de Sabóia, antiga Rua da Assembléia, por passar em frente ao prédio da Assembléia Legislativa.
Do lado esquerdo da foto antiga vemos o chamado "sobrado mole", antiga casa que dava as costas para o Mercado Central e onde funcionou a partir da década de 40 a União Democrática Nacional - UDN.
Do lado direito, também na foto antiga, vemos a Praça General Tibúrcio, antes da reforma feita por Ildefonso Albano. Na Sena Madureira existiam pequenos casebres de taipa que não podem ser vistos por ficarem com sua cumeeira abaixo da altura da praça.
A rua é calçada com pedras toscas apiloadas, na Rua Visconde de Sabóia há árvores em baixo da calçada e ainda não há o fio de pedras. Combustores de iluminação pública a gás hydrogeno-carbonado completam a antiga paisagem.
Na foto atual já não existe o "sobrado mole", que foi substituído pelo Edifício General Tibúrcio que avança além do meio-fio; a Praça General Tibúrcio mostra a reforma que teve em 1913-1914, na gestão de Ildefonso Albano, com a colocação de estátuas de animais, vê-se ao longe a casa dos Távoras, também vista na foto antiga, em frente vemos o Edifício Carneiro, construído pela firma Carneiro & Gentil, o asfalto e o fio de pedras substitui o antigo calçamento enquanto a iluminação elétrica toma o lugar da bucólica luz de lampião.
No Edifício Carneiro havia o escritório do comerciante Ezequiel Sisnando Xenofonte, que abastecia de alimentos os navios que aportavam no Mucuripe e também era publicitário onde em 1959 estivemos "fazendo ponto" como desenhista de publicidade.

Praça José de Alencar

PRAÇA MARQUÊS de HERVAL - JOSÉ DE ALENCAR
Antigamente, cada praça de Fortaleza, ao ser urbanizada, tinha dois nomes, o da praça e o do jardim. A praça do Ferreira tinha o jardim Sete de Setembro; a Praça Caio Prado, ou da Sé, tinha o jardim Pedro Borges; a praça José Júlio (ou Coração de Jesus) tinha o jardim Bárbara de Alencar, a praça Comendador Teodorico (ou da Lagoinha) tinha o jardim Tomás Pompeu e a praça Marquez do Herval (hoje José de Alencar), tinha o Jardim Nogueira Acióli, inaugurado em 1903, na administração do intendente Guilherme Rocha. No dia 24 de janeiro de 1912 houve uma revolta e a conseqüente derrubada do governo Acióli e o povo rebatizou o jardim como Franco Rabelo.
Existia, no centro da praça, um grande coreto coberto onde se apresentava duas vezes por semana a Banda de Música do Batalhão de Segurança. Como pode ser visto na foto antiga, estátuas e combustores rodeavam o coreto dando uma graça que era completada com o jardim, bancos e o catavento que alimentava a caixa dágua.
Existiam na praça, vários quiosques menores onde eram comercializados café, garapa (refresco), cigarros, etc. A proporção do jardim em relação à parte não plantada era muito diferente da atual, onde predomina o cimento. Naquela época existia muito mais área plantada, com jardins floridos e bem menos passeios. Hoje vemos muito mais verde, mas oriundos de copas de grandes árvores.
Hoje, como pode ser visto na foto nova, tudo mudou. Em 1º de maio de 1929, por iniciativa do jornalista Gilberto Câmara, foi erigida no centro da praça uma estátua de José de Alencar, cujo centenário de nascimento ocorria naquela data, sendo anos depois mudado o nome da praça de Marquês do Herval para o nome do grande escritor cearense. A parte central da praça hoje é bem arborizada, mas seu redor tem muito cimento e poucas árvores e nenhum banco. Os Jardins outrora formados de roseiras e flores outras, hoje são feitos apenas de grama muito mal cuidada.
A praça está hoje transformada em um "mercado persa", onde se encontra desde pregadores religiosos com serviços de alto-falantes, até engraxates, passando por mini-restaurantes, bancas de revistas, sapatarias, contorcionistas, engulidores de espadas ou de fogo, carros de som vendendo pão, sanduíches, etc, sem falar no comércio de outro tipo de carne quando o manto da noite cai e a prostituição toma conta do logradouro, num patente atestado da incapacidade da atual administração da cidade.
Enquanto a antiga foto mostra os jardins e peças que compunham a praça, a atual, da objetiva de Osmar Onofre, mostra o acúmulo de árvores em redor da estátua que não aparece, enquanto a outra metade de praça fica totalmente sem arborização num patente desequilíbrio arquitetônico. No fundo, os prédios que hoje se levantam por trás da praça.
PRAÇA MARQUÊS de HERVAL - JOSÉ DE ALENCAR
Lado da RUA LIBERATO BARROSO

O século passado encontrou a atual Praça José de Alencar com o nome de Praça Marquês, do Herval e logo no inicio (1903) houve nela uma reforma que lhe deu quiosques, bancos, coreto, caixa d'água, catavento e jardins que ganharam o nome de Nogueira Accioli.
Do lado da Rua das Trincheiras (atual Rua Liberato Barroso), ficavam, do nascente para o poente: o Batalhão de Segurança (Policia) e a Escola Normal Pedro II, que podem ser vistos na primeira foto, que data de 1904.
Depois, parte do Batalhão de Segurança foi cedida para construção, a partir de 1908, do Teatro José de Alencar, inaugurado em 1910. Decorrido algum tempo o prédio do batalhão foi ocupado pela Escola Aprendizes Artífices, enquanto o da Escola Normal passou a abrigar o Grupo Escolar Norte da Cidade e depois o Grupo José de Alencar.
Quando a Escola Aprendizes Artífices mudou-se, o prédio foi demolido e em seu local foi construído o prédio da Diretoria de Saúde, depois Centro de Saúde, que vemos na segunda foto, quando já existia o edifício do Lord Hotel. No prédio da antiga Escola Normal passaram a funcionar as faculdades de Farmácia e Odontologia, Medicina e depois o Sphan (Pró-memória), que hoje é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
A fotografia atual, de Osmar Onofre, mostra o jardim do Teatro José de Alencar. As curiosidades são que na primeira foto existe, atravessada na rua, uma carroça d'água. Na segunda foto, da década de 50, no passeio entre o teatro e a praça, uma bomba de venda de gasolina "Esso", enquanto na foto atual vemos uma cabine da Telemar e vários "orelhões" (telefones públicos).
A vegetação tanto do jardim como da praça cobrem quase toda a foto, não deixando ver o teatro, o Iphan e o Lord Hotel, que está condenado. Deverá ser demolido para construção, no local, de uma estação do Metrofor.

Praça da Sé

PRAÇA DA SÉ - HOTEL CENTRAL
A foto antiga é de antes de 1908 e foi colhida do "Álbum de Vistas do Ceará - 1908" publicado por iniciativa da firma Boris Frères & Cia., que o mandou imprimir em Nice, França. Foram dois álbuns, um maior, vertical, e outro menor, horizontal.
O prédio ainda existe quase da mesma forma. Foi outróra o Hotel Central e depois abrigou várias repartições estaduais, entre elas o Departamento de Estatística, a Codagro - Posto de Revenda. Hoje lá está a Febemce.
A foto antiga mostra à frente do prédio do hotel, o que serviu por muitos anos à Secretaria da Fazenda e que depois foi a Biblioteca Pública e que também, por muitos anos, deu abrigo ao Museu Histórico do Ceará. Depois foi demolido e em seu local, na administração Paulo Sarasate, foi levantado o Forum Clóvis Beviláqua, implodido recentemente. Em frente existia um posto de venda de gasolina que na década de 60 incendiou-se queimando toda a fachada do Forum que teve de ser reformada.
Ao tempo da primeira foto, a Sé era a antiga, que foi demolida em 1938. A Segunda foto foi tirada de uma das escadarias da nova Catedral e vê-se a praça que rodeia o templo com suas palmeiras e cercado.
A foto atual, de Osmar Onofre, mostra as palmeiras já crescidas e a ausência do prédio do Forum Clóvis Bevilaqua que foi implodido. A catedral nova, por ser bem maior que a antiga, ocupa o espaço da esquerda, onde também vemos uma guarita do estacionamento. A parte de cima do quartel do 9º Batalhão, depois 23º Batalhão de Caçadores e hoje sede da 10ª Região Militar, aparece na primeira foto e na segunda surge o Fórum Clóvis Beviláqua, mas a atual nada pode mostrar por ficar escondido.
As outras diferenças são de pavimentação, iluminação, urbanização e veículos

Praça do Ferreira

PRAÇA DO FERREIRA - VISTA PANORÂMICA
Abrimos nosso trabalho com uma visão panorâmica do principal logradouro de nossa Capital durante todo o Século XX, a Praça do Ferreira, que partindo do antiquíssimo Beco do Cotovelo, foi transformada em uma praça que a princípio foi chamada de Feira Nova. Teve também a designação de Largo das Trincheiras; em 1859 Praça Pedro II e depois de urbanizada em 1902 na gestão do intendente Guilherme Rocha recebeu o nome de Jardim Sete de Setembro, que não era na verdade o nome da praça, mas da parte urbanizada, pois antigamente cada praça tinha um nome e seu jardim tinha outro. Em 1881, após a morte do Boticário Antônio Rodrigues Ferreira, a Câmara Municipal deu ao logradouro o nome de Praça do Ferreira em sua homenagem, mas em 1890 o Conselho da Intendência achou por bem retirar os nomes de pessoas de todas as ruas, avenidas e praças da cidade, recebendo as ruas numeração e as praças nomes como a Praça Municipal, novo nome da nossa Praça do Ferreira, mas durou pouco e no mesmo ano volta a velha nomenclatura.
A vista antiga foi publicada no livro "Brasil", do fotógrafo Peter Fuss, editado em Berlim com o apoio do Touring Club do Brasil, em 1934 e mostra a Praça do Ferreira vista de cima do Excelsior Hotel no sentido sudeste, vendo-se, além da Coluna da Hora, bancos e jardins, o canto do cruzamento da Rua Pedro Borges com Rua Floriano Peixoto, que tem na esquina a loja "A Cearense", vizinha à Padaria Lisbonense.
Além da Praça do Ferreira a vista mostra coisas interessantes como - direcionando-se a visão da esquerda para a direita - vemos as costas do prédio da Companhia Telefônica, por trás dela um circo armado, a Praça dos Voluntários com o velho prédio do Liceu do Ceará; mais ao longe a Igreja da Piedade e o Colégio Dom Bosco; o Colégio Cearense do Sagrado Coração; a Igreja do Coração de Jesus; o prédio do Pio X; o mosteiro dos frades capuchinhos; o prédio da Associação dos Chauffeurs do Ceará; o quartel da Polícia Militar e mais distante os morros de Paupina, Ancuri e Itaitinga.
A foto atual, tirada do mesmo local, mostra quase o mesmo ângulo já com muitas diferenças, ocorridas nesses 67 anos. Queremos aqui agradecer a gentileza do Dr. Janos Fusezzi Júnior, cônsul da Hungria, herdeiro de Emílio Hinko e residente no 3º andar do Edifício Excelsior, sem a qual não nos seria possível conseguirmos a foto atual do mesmo ângulo da antiga. O fotógrafo foi Osmar Onofre.
As lojas que circundam a praça já são outras excetuando-se a "Leão do Sul", que ali está desde a década de 1920. À distância já vemos pouca coisa, pois os prédios de concreto armado ou "cidade vertical" formam um tapume que nos impede ver o que víamos antes, mas na brecha entre os edifícios vemos ainda a Igreja do Coração de Jesus - que já não é mais a antiga que ruiu em 1957 e foi demolida - e nada mais. Os prédios que nos impedem de ver a paisagem são o Edifício Portugal, que fica no primeiro quarteirão da Rua Pedro Borges; por trás dele o edifício do INAMPS (antigo IPASE), na Praça dos Voluntários; o Palácio da Imprensa (edifício Perboyre e Silva, da ACI), o da Seguradora Brasileira e o edifício Raul Barbosa, que foi sede do Banco do Nordeste de Brasil - BNB (Ver matérias nºs: 04, 07, 09, 18, 22, 25, 27, 33, 48, 49, 55, 68 e 100).
PRAÇA DO FERREIRA DE ONTEM (1940) E DE HOJE (1991)
A praça do Ferreira em 1850 era apenas um largo de areia frouxa com alguns cajueiros rodeada de casebres beira-e-bica onde se destacavam apenas os sobrados do comendador Machado, construído em 1825 e o do Pacheco, de 1831, que depois foi sede da Municipalidade. O prédio do Ensino Mútuo ficava na esquina onde hoje fica a Caixa Econômica Federal (ver matéria e fotos nº 48). Havia na praça o "beco do cotovelo", com casas em diagonal, que foi derrubado por Antônio Rodrigues Ferreira, o boticário que chegou a governar a cidade como presidente da Câmara Municipal. Por isto hoje a praça tem seu nome. A praça foi Feira-Nova, Pedro II, da Municipalidade e é do Ferreira desde 1871.
Em 1902 foi urbanizada pelo então intendente Guilherme Rocha que nela fez o Jardim 7 de Setembro. Já existiam os cafés nos quatro cantos. Em 1920 a praça sofreu nova reforma, desta feita na administração de Godofredo Maciel, que retirou os quiosques e mosaicou toda a praça, fazendo vários jardins e colocando um coreto sem coberta. Em 1923 foi colocado outro coreto, este coberto. Em 1933 Raimundo Girão derrubou o coreto e levantou a Coluna da Hora. Em 1949 Acrísio Moreira da Rocha construiu o Abrigo Central. Em 1966 José Walter sem nenhuma consulta popular derrubou após a derrubada da Coluna da Hora e do Abrigo Central construiu uma praça grosseira, que foi imposta ao povo que nunca a aceitou. Depois a praça foi reconstruída em 1991 pelo prefeito Juraci Vieira Magalhães.
As fotos são: a primeira é de 1934, quando o Excelsior Hotel e o Edifício Granito eram novinhos em folha, os bancos da praça eram extensos, o edifício São Luiz ainda não havia sido iniciado, funcionando em seu lugar a Casa Amadeu, e o quarteirão da Rua Guilherme Rocha ainda existia. A Segunda foto é da década de 1940, quando o edifício São Luiz já estava em construção, mas o quarteirão da Guilherme Rocha já não existia e o Abrigo ainda não havia sido construído e os bancos da praça já eram menores.
A terceira foto é da época da odiosa praça do José Valter, de caixotes enormes de concreto e foi batida por Nirez; a última foto é atual, do fotógrafo Osmar Onofre, com a praça de Juraci Magalhães e a nova iluminação. (Ver matérias e fotos nºs. 01, 18, 22 e 55).

RUA MAJOR FACUNDO NA PRAÇA DO FERREIRA
A foto antiga data do inicio do século passado. Mostra uma cidade pacata, com todas as características de uma cidade de interior, com a tranqüilidade de seus habitantes e seu comércio com pouco movimento. Ruas calçadas com pedras toscas, esgotos cobertos com tábuas, trilhos dos bondes de tração animal, calçadas irregulares tanto na largura como na altura, ausência do meio-fio, postes de madeira, alguns de ferro, combustores de iluminação a gás carbônico e ausência completa de carros.
Trata-se do quarteirão da Rua Major Facundo na Praça do Ferreira, aquele onde hoje fica o cine São Luiz. Na esquina ficava o "Malson Art-Nouveau", logo após a Agência de Loterias Nacionais, seguindo-se "O Menescal" e outras lojas que não é possível identificar na foto. A "Maison" surgiu em 1907, era café, bar, confeitaria além de vender artigos para copa e cozinha. O proprietário era Augusto Fiúza Pequeno e José Rola. Foi por trás desta loja que funcionou, em 1908, o primeiro cinema da Fortaleza, o cinematógrafo do italiano Victo Di Maio. No mesmo local estiveram depois a "Maison-Riche", o Restaurante Chic, A Pernambucana, a "Broadway", a Rouvani e hoje está a Tok-Discos.
A Segunda foto é da praça do prefeito José Walter, quando ainda havia passagem de carro pela Rua Major Facundo. Nada do que existia na foto antiga existia mais a não ser o céu e o subsolo, ambos já bastante poluídos. Já existia a Tok-Discos, seguida de estabelecimentos comerciais dos mais variados.
A foto atual, colhida pela objetiva de Osmar Onofre, mostra uma praça bem melhor que a da segunda foto, com este calçadão para os pedestres e os postes da nova iluminação. A poluição continua e por falar em poluição, o centro de Fortaleza está um inferno em poluição sonora. Além das lojas vendedoras; de discos, os alto-falantes nas lojas em geral chamando os clientes e os odiosos carros com serviços de som e o que não entendemos, o serviço de alto-falantes nos postes com o falso nome de "FM Centro", autorizado pela Prefeitura que assim rasga o próprio Código de Obras e Posturas.

PRAÇA DO FERREIRA - JARDIM SETE DE SETEMBRO
A Praça do Ferreira era antigamente o "beco do cotovelo" cortando o campo em diagonal. O resto era uma grande área de areia de tabuleiro com alguns cajueiros, rodeado de pequenas casas, destacando-se apenas os sobrados do comendador Machado e do Pacheco. Nascido em 1801, chega em 1825 a Fortaleza como caixeiro de Antônio Caetano de Gouveia, o boticário Antônio Rodrigues Ferreira, que fundou uma botica que era onde o Duda Burgher.
Em 1842 foi eleito presidente da Câmara Municipal e como tal aumentou as ruas de Fortaleza dando-lhes um traçado antes defeituoso.
Acabou com o "beco do cotovelo" criando a praça que no início foi chamada de Feira Nova e hoje tem o seu nome. Ele morreu em 1859, sendo sepultado no Cemitério de São Casemiro, onde hoje é a estação central da RFFSA, sendo seus restos trasladados em 1880 para o Cemitério de São João Batista. Em 1871 a praça passou a denominar-se Praça do Ferreira.
Em 1902 houve a primeira urbanização da praça, com a construção de um jardim cercado de colunas entremeadas de grades de ferro ocupando pequeno espaço em frente ao hoje Cine São Luiz. É deste jardim que trazemos a foto mais antiga, vendo-se, ao fundo, de costas, o café Elegante, que ficava de frente para o cruzamento da Rua Pedro Borges com Rua Floriano Peixoto.
O jardim inaugurou-se no dia 7 de setembro de 1902 e passou a denominar-se "Jardim 7 de Setembro". Era realmente um belo jardim, como pode ser visto na foto.
A Segunda foto é da praça de terrível mau-gosto implantada em 1967 pelo então prefeito José Walter Cavalcante, cheia de blocos de concreto que servia de trincheiras no caso de uma revolta.
A terceira foto é atual e felizmente a administração de Juraci Magalhães em 1991 demoliu o "monstrengo" e construiu a atual praça

Praça da Bandeira / Clóvis Beviláqua

PRAÇA DA BANDEIRA / CLOVIS BEVILÁQUA
A praça Clóvis Beviláqua já foi, em meados do século XIX, a Praça do Encanamento, quando se estendeu, desde o Benfica, o abastecimento d'água para a cidade, com a localização, ali, de chafarizes. Depois a Praça chamou-se Visconde de Pelotas, em virtude de decreto da Câmara dos Vereadores, numa homenagem ao herói da guerra do Paraguai, marechal José Antônio Correia da Câmara. Em 1930, na administração de Álvaro Weyne, a praça foi urbanizada no atual trecho e recebeu o nome de Praça da Bandeira, mas oficialmente só foi mudado em 1937, por decreto do então prefeito Raimundo de Alencar Araripe. Em 1959, na gestão do prefeito Cordeiro Neto, seu nome foi novamente mudado, passando a chamar-se Clóvis Beviláqua. O nome de Praça da Bandeira passou para a Praça do Colégio Militar.
Na foto antiga ainda não existia o prédio da Faculdade de Direito, que na época funcionava no andar térreo da Assembléia Legislativa, atual Palácio Senador Alencar, ocupado pelo Museu do Ceará. O prédio na praça só se inaugurou no dia 12 de março de 1938. A Assistência Municipal também ainda não existia e foi Inaugurada em 1939, tendo como diretor o Dr. José Ribeiro da Frota, que emprestou seu nome à atual casa de saúde de urgência, Instituto José Frota.
A terceira caixa d'água, a totalmente de concreto armado, foi construída na década de 60 e o coreto que vemos à distancia foi demolido. Já com o nome de Clóvis Beviláqua, aquela praça era muito bem arborizada, sendo depois, cortadas todas as árvores para construção de um reservatório d'água que ficou muitos anos ao abandono, só vindo a funcionar no final do século passado. Fruto da administração José Walter Cavalcante.
Em 1943 foi construído, com projeto do desenhista Rubens Diniz, um obelisco em homenagem aos Aliados da 2ª Guerra Mundial, o "Obelisco da Vitória". A iniciativa foi de estudantes da Faculdade de Direito, que promoveram um concurso no qual foi vencedor o desenhista acima citado. A colocação da estátua de Clóvis Beviláqua já é bem mais recente.
Pela foto moderna têm-se uma idéia das diferenças de época, como as caixas d'água que não mais vemos, a presença do prédio da Faculdade de Direito, a estátua de Clóvis Beviláqua, a caixa d'água subterrânea que impede o nascimento de árvores de grande porte e até pequenos jardins, bem como parte do espaço tomado pela estação da Cagece.
Como é comum em Fortaleza, os espaços públicos aos poucos vão sendo ocupados ou pelo poder público ou por particulares e o povo é quem perde por não ter a quem apelar. Esta praça, quando tinha o nome de Visconde de Pelotas, ia da Rua General Sampaio até a Senador Pompeu em sua largura e no comprimento ia da Rua Clarindo de Queiroz até a Rua Antônio Pompeu, atravessando a Rua Meton de Alencar. Primeiramente foram construídas as caixas d'água que ocuparam um espaço considerável do lado da Rua Antônio Pompeu. Depois veio a Faculdade de Direito que ocupou o restante da parte que ia até a Rua Meton de Alencar. Aos poucos a Faculdade foi tomando as laterais e o espaço entre ela e as caixas d'água. Depois a praça foi destruída, na administração Walter Sá Cavalcante, sendo nela feita uma caixa d'água subterrânea que a deixou sem arborização e sem função por mais de uma década.
 

Av. João Pessoa

AV. JOÃO PESSOA - Bairro DAMAS
A antiga aldeia indígena Potyguaras transformou-se, em 1607, no lugarejo fundado pelos Jesuítas, Parangaba. O nome português dado ao lugar era Arroches, a partir de 1759, com a invocação de Bom Jesus dos Aflitos. Depois passou a chamar-se Porangaba. A estrada Fortaleza-Porangaba, distando 7km e 200m, era de areia batida até 1929, quando o governo federal, na época de Washington Luiz, mandou fazer a estrada de concreto. Quem construiu a estrada foi a Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS, que contratou o serviço com uma firma construtora. Ao terminar a avenida esta ganhou o nome de Washington Luiz, mas logo veio a Revolução de 1930 e o povo arrancou as placas e substituiu por João Pessoa, que tinha sido assassinado naquele ano e embora o crime fosse por razões pessoais a ocasião o transformou em crime político para fortalecer os antagonistas da candidatura do governo.
Os meios de transporte para Porangaba eram os ônibus e o trem. Na década de 40 havia alguns pequenos ônibus tipo lotação do Rio de Janeiro que ajudavam no transporte para Porangaba.
Depois Porangaba trocou o "O" pelo "A" e passou a chamar-se novamente Parangaba, como os indígenas a chamavam. Em 1967, na administração Murilo Borges, foram introduzidos em Fortaleza os ônibus elétricos e uma das linhas era a de Parangaba.
A avenida João Pessoa já foi conhecida como "avenida da morte", quando tinha duas mãos e era a única via entre os dois locais. Hoje Fortaleza é ligada a Parangaba por várias vias, sendo as principais as avenidas Alberto Magno, João Pessoa e José Bastos.
Já nada, absolutamente nada mais existe da antiga avenida na foto atual, de Osmar Onofre, nem o concreto, que foi coberto pelo asfalto.

AV. Filomeno Gomes - Jacarecanga

AV. FILOMENO GOMES - JACARECANGA
Quem sai da praça do Liceu e se dirige ao cemitério São João Batista, Igreja dos Navegantes ou Escola de Aprendizes Marinheiros ou, ainda, à praia, certamente ficará na posição em que ficaram os fotógrafos tanto da foto antiga como da atual.
Na foto velha, que data do final da década de 40, vemos como era o bairro de Jacarecanga na época, com suas mansões, seus bangalôs, equivalendo à Aldeota. A primeira casa que vemos pertenceu ao secretário do governo do Estado, Brasil Pinheiro, seguindo-se a de Stênio Gomes e outros. O governador, na época interventor federal, era Francisco de Menezes Pimentel. Outros bangalôs podem ser vistos à distância. O calçamento era de pedras toscas, os trilhos dos bondes corriam ao longo da avenida, bem como os fios apoiados em postes da "The Ceara Light and Power Ltd.". As árvores eram pés de ficus-benjamins que eram regularmente podadas.
A foto atual, fruto da objetiva de Osmar Onofre, foi tirada do mesmo ângulo, embora pareça de outro pela posição do meio-fio da calçada da direita, mas é que a calçada atual é mais larga que a antiga.; a casa que foi de Brasil Pinheiro ainda está lá, da mesma forma, com alteração apenas no muro da frente. As casas que se seguem também sofreram pouca alteração, a não ser na vizinhança, pois existem construções novas entre elas. Note-se que a casa que foi de Stênio Gomes da Silva sofreu visíveis alterações, tendo sido retirado o telhado de beira-e-bica de quatro faces.

Outras alterações na foto atual são a presença do asfalto na pavimentação, a pintura do meio-fio que hoje é caiado, a ausência dos fios, postes e trilhos dos bondes. A região, mesmo na época dos bondes, foi servida pelos ônibus de Oscar Pedreira.

Av. Santos Dumont

AVENIDA SANTOS DUMONT - CASTELO DO PLÁCIDO
O comerciante Plácido de Carvalho era proprietário de muitos terrenos no centro da Cidade, onde vários importantes prédios foram levantados, como o "Majestic" em 1917 e o "Excelsior" em 1930.
Quase todo o quarteirão da Rua Major Facundo que ficava na praça do Ferreira era seu. Além de comerciante era também industrial, tendo uma fábrica de mosaicos estabelecida em 1905, com escritórios na rua Barão do Rio Branco.
Em uma de suas viagens à Europa, conheceu na Itália a jovem Pierina Giovanni, a quem propôs casamento e vinda para o Brasil.
Como insistisse muito, a jovem condicionou sua vinda à construção, por ele, de um palácio para ela e ele. Adquiriu um planta de um palácio na Itália e o fez construir em Fortaleza, por João Sabóia Barbosa, na Avenida Santos Dumont, entre a Rua Carlos Vasconcelos e a Rua Monsenhor Bruno.
Assim casaram e viveram juntos até a morte de Plácido. Essa história é contada de boca em boca na cidade, não havendo, porém nenhuma confirmação oficial. Isto ocorreu por volta de 1912. Depois a viúva Pierina casou-se com o arquiteto Emílio Hinko.
Na década de 30 o castelo foi ocupado pelo Serviço de Malária, departamento federal que equivale hoje a Sucam.
Na década de 1970 a castelo foi demolido por tratores para construção no local de um supermercado, mas passaram-se os anos e o terreno ficou abandonado até que o governo o desapropriou e nele construiu a Central de Artesanato Luiza Távora, feita com troncos de carnaubeira que aos poucos foram se deteriorando pela presença de cupins. Ultimamente foi reconstruído e é o que vemos na foto atual.
A fotografia antiga é do final da década de 30 e foi batida pela Aba Film, uma foto de um ângulo bastante artístico.
As fotografias seguintes procuraram o mesmo ângulo, sendo a segunda de 1976, colhida por Nirez e a última atual, batida por Osmar Onofre. Infelizmente o Centro Artesanal não tem o mesmo porte do castelo, além de existirem prédios "espigões" por trás.

Rua Almirante Jaceguai

RUA ALMIRANTE JACEGUAI - Descida da PRAINHA
A foto antiga data de 1905 e mostra a atual rua Almirante Jaceguai vista da avenida Leste Oeste, ou começo da avenida Monsenhor Tabosa, olhando para o lado do mar. Do lado esquerdo, o oitão da casa construída no século passado pelo senhor José Pio de Farias, que era agente do Loyd Brasileiro. A casa tinha uma torre de onde ele observava a saída e chegada de navios. Depois a casa foi vendida para o engenheiro inglês Francis Reginald Hull, conhecido apenas como Mister Hull e que hoje é nome de avenida em Fortaleza. Ele aproveitou a torre para fazer suas observações astronômicas e meteorológicas, fazendo-se autoridade em estudos climáticos do Nordeste. No horizonte, vê-se um navio, já que o porto era a ponte de desembarque que ficou conhecida como Ponte Metálica. (ver texto 80).
A rua, na fotografia antiga, tinha, no meio da ladeira, vários degraus que podem melhor ser vistos em outra foto neste mesmo livro. Na época havia somente bondes de tração animal e não havia nenhuma linha que fosse até ali, mas no período dos bondes elétricos uma linha ia até os degraus e tinha o destino "Prainha", era da companhia Inglesa "The Ceara Tramway Light & Power Co.".
A Segunda foto date de 1990 quando a casa foi parcialmente depois demolida, passando a servir de estacionamento de carros. O restante da rua tinha algumas casas que serviam de armazéns e/ou casas comerciais, muitas de exportação e importação. Distante, o prédio que abriga a Capitania dos Portos.
Na foto atual, de autoria do fotógrafo Osmar Onofre,percebe-se que além das mudanças naturais de época, como o calçamento pelo asfalto, as calçadas e meio-fio, postes em vez de combustores e a destruição da casa de Mr. Hull, a vegetação próxima à praia, onde além das árvores de copa, abundavam coqueiros, foi dizimada.
Foi construído no local, em 1998, tomando vários quarteirões, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em 1999, entre a Rua Boris, Avenida Leste Oeste, Rua Almirante Jaceguai e Avenida Pessoa Anta, com salas de exposições, cinemas, teatro, anfiteatro, auditórios, café, ateliê de arte, salas de aulas e espaços para "shows". Dentro do Centro, são também inaugurados o Planetário Rubens de Azevedo, pelo próprio, e o Anfiteatro Ministro Sérgio Mota. A Rua Almirante Jaceguai foi alargada e hoje tem um canteiro no centro.
RUA ALMIRANTE JACEGUAI - Subida da PRAINHA
Temos aqui três fotografias da atual Rua Almirante Jaceguai, que nasce na Avenida Pessoa Anta e morre na Avenida Leste-Oeste, em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha. A foto mais antiga data de 1912, a do meio é de 1985 e a outra é atual.
Em 1839, Antônio Joaquim Batista de Castro requereu à Câmara Municipal licença para construção de um templo sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, ao mesmo tempo em que pedia a abertura de um beco nas imediações.
De posse da licença, foi criada uma irmandade para conseguir meios para a construção. Conseguem com o arquiteto e engenheiro José Antônio Seiffer a planta da capital. A partir de 1864, é criado o Seminário Episcopal e os dois prédios passam a ser um bloco só.
Vemos na foto antiga o final da linha de bondes e também dos fios. Ali o bonde tinha sua lança virada e seus bancos também, ficando o encosto como assento e vice-versa. Também estão presentes dois combustores a gás carbônico, além de um poste de madeira.
Na esquina, a torre do observatório existente na casa do Mister Frances Hull, onde ele fazia suas observações astronômicas e meteorológicas, além de observar a chegada e saída dos navios no porto - na época, a ponte metálica. Como antigamente não havia carros, existiam degraus em toda a largura da rua, além das calçadas. No alto vemos a citada igreja.
A segunda foto já traz o asfalto, o meio fio, a uniformidade das calçadas, postes de concreto com transformadores, os restos da casa de Mister Hull, que foi derrubada para ser transformada em estacionamento. A igreja permanece com antes e já não há os degraus na rua.
A foto atual mostra a nova rua que foi construída como um dos acessos ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com duas pistas; ambas descendo, os restos da casa de Mr. Hull desapareceram; placas nos postes e lixo na calçada compõe a nova paisagem; continuam incólumes a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o Seminário da Prainha que já não é mais seminário.