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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Noitadas em Fortal 2


Mucuripe Club


Inaugurado em 1997, o Mucuripe Club tem marcado a história do entretenimento noturno de Fortaleza. Após uma redefinição conceitual e estrutural em 2003, o Complexo ganhou ares de um grande clube social.
Sua estrutura com cinco ambientes o destaca como um espaço super moderno que impressiona pela magnitude e pela diversidade de opções: da MPB ao Rock, passando pelo Axé, Samba, Forró, Reggae, Hip-Hop, Blues, Música Eletrônica, entre outros.
Foi essa união harmoniosa de ritmos e estilos a principal responsável por consagrar o Complexo como a melhor opção da noite em Fortaleza. Assim, ao propiciar aos seus freqüentadores o entretenimento em sua melhor forma, o Mucuripe trouxe à cidade grandes nomes da música nacional e internacional, além de promover festas que já fazem parte do calendário nacional de eventos.
Dispõe ainda de total estrutura de estacionamento, duas portarias com sistema de segurança eletrônica, serviço de bar totalmente informatizado, cartão magnético para consumo e os melhores equipamentos de som e iluminação. Por tudo isso, o Mucuripe Club é sucesso, não só em Fortaleza, mas em âmbito nacional, sendo considerado um dos melhores e maiores Complexos de Entretenimento do Brasil.

Noitadas em Fortal

Praias de Fortaleza e Ceará.

Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel, foi imortalizada no romance de mesmo nome, obra mais conhecida do mais famoso escritor de Fortaleza, José de Alencar.

Nova Estátua de Iracema

Iracema é ficção de Alencar ou foi de fato personagem histórica? Um pouco de ambos.
Os livros de História registram que o Português Martim Soares Moreno foi um dos grandes heróis na guerra contra os invasores holandeses, na primeira metade do século 17; é também sabido que Martim Moreno, ao tomar contato com a cultura indígena, optou por viver entre os índios.
Martim Moreno é também o herói da obra de Alencar, e Iracema, a virgem dos lábios de mel e cabelos negros como a asa da graúna, é sua esposa. Para muitos, ao narrar a saga do casal, Alencar procurou retratar a formação da cultura cearense, pela união das culturas branca e indígena; o filho do casal, Moacir, fruto da miscigenação, seria a gênese do povo do Ceará; na obra, Iracema morre, e o lugar em que é enterrada, sob um coqueiro e à margem de um rio, passa a chamar-se Ceará.

A imagem de Iracema está tão associada a Fortaleza que existem atualmente cinco estátuas da índia na cidade (veja esse roteiro turístico dedicado a Iracema, símbolo de Fortaleza). Até o final do século passado, a estátua da Praia do Mucuripe, inaugurada em 1965, era a mais conhecida, ponto obrigatório de visitação.
Em 1996, uma nova estátua foi inaugurada à beira-mar da Praia de Iracema. Diferentemente das demais, que mostram Iracema e família, essa obra mais recente, denominada "Iracema, a Guardiã", mostra a heroína segurando um grande arco, olhando para o mar, como se estivesse em posição de batalha.


Vista noturna da Ponte dos Ingleses.

Desde o entardecer, moradores locais e visitantes começam a rumar para Iracema, em busca das diversas opções de restaurantes e diversão noturna; as ruas de Iracema ficam tomadas até o amanhecer.

Embora tenha sido sempre a área preferida pelos boêmios de Fortaleza, Iracema viveu um período de decadência até os anos 1980; naquela época, o Governo deu impulso a um programa de revitalização da área, com obras públicas e incentivos a novos empreendimentos. Vários edifícios antigos foram reformados (aproveitando-se de isenções de IPTU), vários restaurantes, clubes noturnos e lojas foram abertos.
O Centro Cultural Dragão do Mar foi construído pelo governo, e transformou-se num dos maiores centros do gênero no país. A antiga Ponte dos Ingleses foi reconstruída, ganhou lojas e outros serviços, e transformou-se também num dos pontos mais procurados pelos turistas.

Iracema tem muitos restaurantes, com cozinhas diversificadas. A competição entre os restaurantes é intensa (assim como o assédio dos garçons), o que enseja algumas promoções; é comum encontrar, por exemplo, restaurantes oferecendo a primeira cerveja grátis ou um prato do dia a preços promocionais.
Na rua Tabajara, a principal de Iracema, pode-se visitar o restaurante Estoril; o Estoril foi palco de fatos marcantes da História cearense, já abrigou um cassino, um centro cultural e hoje é um restaurante de pratos típicos.
Outro restaurante conhecido da área de Iracema é o Sobre as Ondas; o local é conhecido tanto pelos pratos como pela belíssima vista da praia.
Um bom local para comer por preços mais populares é a área na entrada da Ponte dos Ingleses; aqui, além de restaurantes populares, encontram-se várias barracas vendendo lanche, pizza e petiscos locais (tapioca, milho cozido, etc).

A Ponte dos Ingleses fica movimentada até de madrugada, com pessoas que vêm beber uma cerveja antes de ir para as boates, tomar um café após a festa, ou apenas apreciar a belíssima vista das praias de Fortaleza.

Lupus Bier

As fotos acima mostram a fachada da Lupus Bier Haus, na praia de Iracema. Além de produzir cerveja artesanal, a Lupus é uma das mais famosas casas de show de Fortaleza, com apresentações regulares de grupos regionais e dos inúmeros comediantes cearenses.
É comum encontrar vendedores de ingressos para a Lupus nos calçadões das praias, assim como folhetos nas recepções dos hotéis. Para maiores detalhes, visite http://www.lupusbier.hpg.ig.com.br/

Em Iracema, encontram-se várias opções de casas noturnas.



Pirata Bar

O mais famoso clube noturno em Iracema é o Pirata, que abre apenas às noites de segunda-feira. O lugar foi inaugurado em 1986, e foi após visitá-lo que o jornal New York Times publicou um artigo declarando Fortaleza como o lugar com a mais movimentada segunda-feira no mundo.
O Pirata está localizado em frente à Ponte dos Ingleses, no coração de Iracema.
Das 8 da noite, quando abre, até aproximadamente as 5 da manhã, diversas bandas se apresentam no Pirata; as bandas (algumas convidadas, algumas do próprio Pirata) e os ritmos são variados, com shows de forró, axé, música moderna, etc.
De madrugada, uma sopa é servida aos sobreviventes, para recobrar energias. Em 2006, a entrada no Pirata custava R$ 30.


Armazem

Em 2006, outra das opções mais populares em Iracema era a boate Armazém, localizada em frente à saída inferior do Centro Cultural Dragão do Mar. Amplo, de fato um antigo armazém, o local tem três diferentes ambientes, cada um com um tipo diferente de música: forró, discoteca e techno.

Atenção: o Armazém, como tantos outros locais de Iracema, é bastante frequentado por turistas, principalmente estrangeiros, que procuram companhia feminina; em conseqüência, os preços são altos e o controle do consumo costuma apresentar "erros" (cervejas cobradas a mais).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Praia de Iracema

PRAIA DE IRACEMA - RUA TABAJARAS - VILA MORENA
Construída pelo pernambucano descendente de portugueses José Magalhães Porto e sua esposa, Francisca Frota Porto, apelidada "Morena", às vésperas dos anos 20, na Praia do Peixe, a Vila Morena serviu de residência durante muitos anos, conservando em redor lindo jardim onde também eram criadas algumas aves. Localiza-se na Rua dos Tabajaras nº 406, na Praia de Iracema.
Veio a Segunda Guerra Mundial e com ela os estrangeiros que aqui aportaram, principalmente os soldados americanos que tinham base no Pará, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte e alugaram a Vila Morena para ser o United States Office - USO, em 1943, quando a Praia do Peixe já era Praia de Iracema, nome dado pela cronista Adília de Albuquerque, esposa do jornalista Tancredo Moraes.
Após a Guerra dois portugueses alugaram a casa e colocaram um restaurante com especialidade em pratos portugueses. Em 1952 Zé Pequeno assumiu a direção da casa que passou a receber a boêmia de Fortaleza composta principalmente por intelectuais. Surgia assim o "Estoril".
Apesar de várias crônicas alertaram à municipalidade do perigo que corria a casa que aos poucos se deteriorava, nada foi feito pela Prefeitura que simplesmente deixou que ele ruísse em 1992, para depois reconstruí-la em concreto armado, quando a casa original era de taipa.
A casa era de taipa - paredes armadas de madeira (varas) com barro e pedaços de tijolos e pedras - tinha portas e janelas com vidros importados, duas escadas "caracol", "frades de pedra" na frente, calçadas em pedra cristal em preto e branco tendo no centro as iniciais JMP que também eram usadas nos portais, vitrais coloridos com a inscrição "Vila Morena" no alto da torre.
A primeira foto é do tempo do United States Office - USO e a segunda é do primeiro Estoril.
A partir da administração do prefeito Antônio Cambraia, em 1994, a casa foi reconstruída e passou a ser administrada pela municipalidade, sendo hoje, além do Estoril Restaurante, a Vila Morena, um local de encontros culturais, com exposições de fotografias, pinturas, esculturas, lançamento de livros, etc. Grande pé de castanhola à sua frente, cobre parcialmente sua fachada na foto atual colhida por Osmar Onofre.

Ponte Metálica

PONTE METÁLICA (A ANTIGA) - PRAIA DE IRACEMA
Em 18 de dezembro de 1902, foi fincada primeira estaca da Ponte Metálica, pela firma Walter Max Floriano & Cia., de Glasgow, Inglaterra, com estrutura metálica importada de Londres, lastro de madeira, que serviria como porto por mais de 20 anos. A construção da ponte esteve a cargo dos engenheiros Hildebrando Pompeu e Roberto Bleasby vindo do Pará em 1893 fixando-se aqui, segundo planos do engenheiro Domingos Sérgio Sabóia. Era para facilitar o movimento de pessoas e cargas no porto de Fortaleza ao tempo da administração do presidente Campos Sales. A construção só foi concluída em 26/05/1906. A Ponte Metálica era dotada de escada móvel para subida e descida de passageiros que não merecia a menor segurança, e guindastes para as cargas de mercadorias. Os navios ficavam ao largo enquanto lanchas, botes e alvarengas faziam o percurso entre eles e a ponte. Foi o 4º trapiche que Fortaleza conheceu, sendo o 1º em frente ao Seminário.
Inaugura-se, no dia 24 de janeiro de 1928, a nova Ponte Metálica, agora denominada Viaduto Desembargador Moreira da Rocha, homenagem ao governador do Estado, que a inaugurou. O monsenhor Tabosa Braga deu a bênção. Usou da palavra, o engenheiro construtor da obra, Francisco Sabóia de Albuquerque da Inspectoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS (atual Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS). A antiga ponte era de ferro com lastro de madeira, sendo depois esse lastro substituído por um de ferro, daí o nome de Ponte Metálica. Esta, inaugurada, era de concreto armado, a mesma que ainda hoje lá está caindo aos pedaços.
Inaugura-se, na noite do dia 20 de janeiro de 1932, a iluminação a gás no Viaduto Desembargador Moreira da Rocha (Ponte Metálica).
No dia 25 de dezembro de 1947, o serviço de embarque e desembarque marítimo, de passageiros e cargas, passa a ser feito no Porto do Mucuripe, ainda por meio de botes e alvarengas, até que as obras permitam a atracação dos navios. É desativado o antigo porto, ou seja, o "molhe de desembarque", que era a Ponte Metálica, oficialmente, Viaduto Moreira da Rocha.
Em 26 de abril de 1954, são retirados os guindastes da Ponte Metálica, antigo molhe de desembarque de Fortaleza.
A foto atual, de Osmar Onofre, nos mostra como está totalmente abandonada a nossa antiga Ponte Metálica, a verdadeira, que por ter história, precisava sim, de uma boa reforma para visitação de turistas. Foi nesta ponte que aconteceram vários fatos históricos de nossa Fortaleza.

PRAIA DE IRACEMA - PONTE METALICA (A VERDADEIRA)
Já ha algum tempo tem havido por parte da imprensa de Fortaleza um engano lamentável, a troca de identidade de alguns logradouros de nossa cidade, como chamar as "feiras de cacareco" de "feira de flores", o Parque da Liberdade de "Parque da criança", a Praça General Tibúrcio de "Praça dos Leões" e a Ponte Metálica que é esta que está nas duas fotografias, retiraram sua identidade. Passaram a chamara ponte dos ingleses de ponte metálica.
Em 18 de dezembro de 1902 foram iniciadas as obras desta ponte para servir de viaduto (ou molhe) de desembarque. A princípio era de ferro a armação e de madeira o lastro. Depois o piso também passou a ser de aço e por ser toda em estrutura metálica, recebeu o nome de "Ponte Metálica", nada mais justo. O que é que tem de metálico na ponte dos ingleses?
Nesta ponte é que embarcavam e desembarcavam passageiros e cargas. Ali tanto as pessoas como as cargas eram transportadas em barcos e alvarengas (saveiros) até os navios que ficavam ao largo, como pode ser visto na foto antiga. Sobre a ponte existiam trilhos para possibilitar o transporte de materiais pesados até o guindaste da ponte através de trem ou "troley".
Em 1921 o atual DNOCS, na época Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS reconstruiu a ponte metálica, cobrindo-a de concreto, como ainda hoje está. A ponte já teve o nome de Viaduto Moreira da Rocha e foi chamada de "molhe de desembarque" ou ainda de "porto de Fortaleza".
Com a construção do porto do Mucuripe, a ponte foi desativada e ficou ao abandono até hoje. Nela se instalaram pessoas que fizeram casas para morar. Lá ficam os que pescam por esporte, com anzol, ou os mais ousados que dela pulam nas águas com o perigo de encontrarem pedras submersas.
Pelas duas fotografias antigas podemos observar que o mar era bem mais distante que hoje. Em ambas as fotos a maré está baixa.

Praça Valdemar Falcão

PRAÇA VALDEMAR FALCÃO - MERCADO DE FERRO
A primeira feira semanal de Fortaleza aconteceu no dia 10 de julho de 1808, no governo de Barba Alardo, que deu grande impulso à capitania do Ceará. A primeira feira franca (depois feira livre) foi no dia 15 de agosto do mesmo ano. O mercado construído na administração de Barba Alardo era de madeira e ficava no meio do cercado da casa da Câmara.
No dia 18 de abril de 1897 foi inaugurado o mercado de ferro, destinado à venda de carne fresca, obra contratada com o mestre Álvaro Teixeira de Sousa Mendes, que utilizou nas calçadas do mesmo, granito cearense. O mercado ficava no meio da Praça Carolina, que hoje seria entre o Palácio do Comércio e o prédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT. A praça, ao tempo do mercado recebeu o nome de José de Alencar, depois Capistrano de Abreu e hoje, a parte que fica entre a agência do Banco do Brasil e o Palácio do Comércio tem o nome de Valdemar Falcão, desde 1940.
Depois foi construído o mercado grande que dava para a Rua Conde D'Eu e para a Praça Carolina, conhecido como, Mercado Central e que depois só vendia peças de artesanato e que foi transferido para a Avenida Alberto Nepomuceno, ficando em seu lugar o Centro de Referência do Professor.
A partir do meio da década de 1930 a praça começou a sofrer modificações, com a construção do prédio dos Correios, inaugurado em 14 de fevereiro de 1934; o desmonte do mercado de ferro, indo uma parte para a Aldeota e outra para a praça de São Sebastião, a construção do prédio do Banco do Brasil (1940-1942), do Palácio do Comércio (1938-1940) e da praça Valdernar Falcão (1940) que teve a inauguração do busto do homenageado graças à iniciativa do jornalista Gilberto Câmara.
As duas fotos mostram as diferenças de época. A primeira é de 1906 e a segunda, atual (ver textos 09, 24 e 71).