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sábado, 23 de outubro de 2010

Praça dos Leões

PRAÇA dos LEÕES - GAL. TIBÚRCIO
Antes era um largo areal em frente ao Palácio do Governo e à Igreja do Rosário, local onde em fevereiro de 1872 foi armado o Circo Olímpico, de Augusto R. Duarte, que no anúncio publicado nos jornais traz a frase: "Roga-se às famílias trazerem as cadeiras".
Em 1847 o inverno rigoroso causou grandes fendas devido a diferença de nível entre o largo e a Rua de Baixo e foi mandado fazer, pelo presidente Inácio Corrêa de Vasconcelos, uma muralha para sustentar o aterro, dotando a Capital de um local aprazível, de passeio público, pois foram levantados pilares e gradarias de ferro e foram feitas escadarias para descida à Rua de Baixo.
Em fevereiro de 1887 resolução da Câmara dá ao largo o nome de Praça General Tibúrcio e em 8 de abril de 1888 foi ali inaugurada a primeira estátua erigida em Fortaleza, a do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Sousa, fundida nas oficinas de Thiebaut Fréres, e o pedestal de mármore foi esculpido, em Fortaleza, pelo artista Frederico Skinner.
Depois houve o alargamento das ruas e o alinhamento das calçadas, obra realizada em 1914, na administração do Intendente Ildefonso Albano, que também reforma totalmente a praça, refazendo todas as fachadas das casas da Rua General Bezerril, que foram recuadas. Foi nessa época que surgiu o Palacete Brasil, construído pela firma Rodolfo F. Silva & Filho, especialmente para abrigar a sede estadual do Banco do Brasil. Foi também nesta época que foram colocadas as estátuas dos animais e o coreto para apresentações de bandas de música. Foi aberta a Rua da Assembléia (Rua São Paulo) que tinha casas que avançavam até quase o meio da praça.
Na velha foto, colhida na década de 1920, vemos além da estátua, do coreto e do leão em primeiro plano, a arborização da época e, ao longe, o chamado "sobrado mole" e a velha Catedral ou Sé que foi demolida em 1938. A foto foi publicada na revista "Ilustração Brasileira" em 1922.
A fotografia atual, de Osmar Onofre, nos mostra a mesma praça com a mesma estátua, porém com outro coreto, pois o antigo foi demolido. No lugar do "sobrado mole" levanta-se o Edifício General Tibúrcio e já não se vê a Catedral que está encoberta pela vegetação que cobre quase tudo.

RUA SÃO PAULO - PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO
Antigamente o trecho aqui enfocado era completamente diferente do que retrata as duas fotos. Era um campo aberto, de areia, conhecido por Largo do Palácio, por ficar em frente ao Palácio da Luz, que era a sede do governo estadual. Mas tal largo era bem menor que a atual praça. Existiam casas no local onde hoje fica a Rua São Paulo e entravam cerca de 30 metros no terreno hoje ocupado pela praça. No lado da Rua General Bezerril também havia um avanço das casas que eram irregulares.
Em 1847 fortes chuvas causaram erosão no Largo do Palácio, foi quando o presidente da Província, Inácio de Vasconcelos mandou construir a muralha de proteção rodeando a praça com escadaria para a Rua de Baixo. Ali se instalavam no século IX circos e parques de diversões.
Em 1887 resolução da Câmara dá ao largo o nome de Praça General Tibúrcio. Em 1888 foi ali inaugurada a estátua do general Antônio Tubúrcio de Sousa, que foi a primeira da Cidade. Em 1891 foi iniciado, por sugestão do vereador José Albano, o alinhamento da praça. No ano seguinte houve uma revolta do Colégio Militar que terminou por depor o presidente do Estado José Clarindo de Queirós. Houve muitos tiros que atingiram a praça, o palácio e um deles pegou na estátua do general Tibúrcio que caiu de pé e em 1892 foi recolocada no seu lugar.
Em 1912, quando da deposição do presidente do Estado Antônio Pinto Nogueira Acioli, assumiu como intendente de Fortaleza o filho de José Albano, Ildefonso Albano, que continuou o trabalho de seu pai, desapropriando as casas dos dois lados e fazendo novas fachadas, abrindo a rua, além da urbanização da própria praça, obra terminada e inaugurada em 1914, como ainda tem uma placa de mármore na coluna em frente ao Museu do Ceará.
A foto mais antiga, que deve datar da década de 30, pois vemos nela o Palacete Brasil (1914), a Assembléia Legislativa (1871), além de um carro de modelo da década de 20.
A foto nova ou atual mostra o mesmo trecho visto do mesmo ângulo, com as árvores da praça em maior número e bem maiores, os mesmos prédios da foto anterior e por trás deles novos prédios, como o Edifício Sul América, o Edifício Jereissati (do Hotel Savanah) e os prédios da Rua São Paulo. Além disso, a Rua São Paulo hoje tem mão única descendo a ladeira, o asfalto substitui o paralelepípedo e alguns postes e fios e a sinalização fazem a diferença.

RUA SÃO PAULO e RUA VISCONDE DE SABÓIA NA PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO
Vemos o primeiro quarteirão da Rua São Paulo e da Rua Visconde de Sabóia, antiga Rua da Assembléia, por passar em frente ao prédio da Assembléia Legislativa.
Do lado esquerdo da foto antiga vemos o chamado "sobrado mole", antiga casa que dava as costas para o Mercado Central e onde funcionou a partir da década de 40 a União Democrática Nacional - UDN.
Do lado direito, também na foto antiga, vemos a Praça General Tibúrcio, antes da reforma feita por Ildefonso Albano. Na Sena Madureira existiam pequenos casebres de taipa que não podem ser vistos por ficarem com sua cumeeira abaixo da altura da praça.
A rua é calçada com pedras toscas apiloadas, na Rua Visconde de Sabóia há árvores em baixo da calçada e ainda não há o fio de pedras. Combustores de iluminação pública a gás hydrogeno-carbonado completam a antiga paisagem.
Na foto atual já não existe o "sobrado mole", que foi substituído pelo Edifício General Tibúrcio que avança além do meio-fio; a Praça General Tibúrcio mostra a reforma que teve em 1913-1914, na gestão de Ildefonso Albano, com a colocação de estátuas de animais, vê-se ao longe a casa dos Távoras, também vista na foto antiga, em frente vemos o Edifício Carneiro, construído pela firma Carneiro & Gentil, o asfalto e o fio de pedras substitui o antigo calçamento enquanto a iluminação elétrica toma o lugar da bucólica luz de lampião.
No Edifício Carneiro havia o escritório do comerciante Ezequiel Sisnando Xenofonte, que abastecia de alimentos os navios que aportavam no Mucuripe e também era publicitário onde em 1959 estivemos "fazendo ponto" como desenhista de publicidade.

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