RUA BARÃO DO RIO BRANCO VISTA DA RUA SÃO PAULO

Do lado esquerdo, ficavam estacionados os automóveis, tendo à frente um Studebaker ou Pontiac.
As árvores eram uma constante na paisagem das ruas de Fortaleza àquela época. Do lado direito, vemos, em primeiro plano, parte do prédio do London Bank, seguido do edifício Studart, de Studart & Companhia, seguindo-se as firmas Lima & Albuquerque, Quixadá & Companhia, A Espingarda, etc.

A foto atual, tirada do mesmo ângulo, já mostra uma Barão do Rio Branco com. pavimentação asfáltica.
Os trilhos e fios dos bondes já não existem. Os automóveis de hoje já são outros e são chamados simplesmente de carros. Os postes hoje são de concreto e se multiplicaram.
A iluminação pública é a vapor de mercúrio. No local do "London Bank" hoje está a Losango Promotora de Vendas Ltda. e o edifício Studart foi demolido. Aliás, foi o primeiro edifício de mais de três andares, em concreto armado, a ser demolido em Fortaleza; seguem-se: "Lojas Americanas", Edifício Jalcy, Edifício Diogo, etc.
Do lado esquerdo vê-se o Edifício Jalcy Metrópole, o Edifício Lobrás, etc. A poluição visual está presente nas placas, nos cartazes, nos carros, nos ônibus e no oitão dos edifícios da Cidade.
RUA BARÃO DO RIO BRANCO - QUANDO ERA RUA FORMOSA

O primeiro cruzamento é com a Rua da Misericórdia, hoje Rua João Moreira. A casa do lado esquerdo já foi demolida.
A do lado direito foi residência do Dr. João Moreira,
por isto o atual nome da rua. Em seguida, pelo lado direito, algumas casas residenciais sendo que uma delas, a listrada, foi depois a residência de Paurilo Barroso, amante das artes e que fundou a Sociedade de Cultura Artística, que funcionou em sua própria casa e depois em um dos apartamentos do Excelsior Hotel. Na mesma casa funcionou, anos depois a Câmara Municipal de Fortaleza e mais recentemente, o Sindicato dos Empregados em Transportes de Passageiros do Ceará. Em seguida vem uma casa de três portas, onde nasceu o escritor Gustavo Barroso.


A primeira foto é a que citamos acima, do álbum de 1908 publicado por iniciativa da firma Boris Fréres e impresso na França.
A Segunda foto data de 1989 e mostra o mesmo trecho já com as diferenças da época como asfalto, postes de concreto, carros, etc.
Na foto atual já vemos novos jarros colocados em cima das colunas, que existiam na primeira foto, mas não estavam na foto do meio.
RUA BARÃO DO RIO BRANCO ESQUINA COM RUA SÃO PAULO


A terceira foto, atual, mostra o mesmo prédio no qual funcionou o "London Bank" já ocupado pela "Losango Promotora de Vendas Ltda.", firma de empréstimos financeiros.

As diferenças entre as fotos são de época. Enquanto a primeira - a mais antiga - mostra a rua calçada com pedras toscas apiloadas, calçadas sem meio-fio, trilhos de bondes, combustor de iluminação pública a gás hydrogeno-carbonado, um sobrado com portas estreitas, telhados beira-e-bica, etc.; a segunda mostra uma arquitetura inglesa da década de 30, bem próxima à neoclássica, típica de estabelecimentos bancários europeus, janelas inferiores arqueadas e as superiores retangulares e por trás podemos ver parte do oitão do Edifício Studart, que foi o primeiro de mais de quatro andares, de concreto armado, a ser demolido em Fortaleza.
Nos dois lados copas de ficus-benjamin, fios cruzando o céu, calçada uniforme e a presença do meio-fio, etc.; a terceira foto, atual, mostra o mesmo prédio como está hoje, isolado, sem o Edifício Studart à esquerda que foi demolido e transformado em um estacionamento para carros, abrigando a Losango Promotora de Vendas Ltda., onde já existe o asfalto, a sinalização horizontal e vertical, semáforos, postes, fios, aparelhos de ar condicionado, etc.
RUA BARÃO DO RIO BRANCO CRUZAMENTO COM RUA GUILHERME ROCHA

Na primeira foto vemos o tipo de iluminação da época, combustores a gás, em contraste com a segunda, a vapor de mercúrio; os veículos também são outros, em lugar da carroça e do bonde de tração animal, automóveis com motor à explosão; o calçamento contrasta com o asfalto e os prédios trazem além da diferença de época nas construções, a atual poluição visual e comercial.
O sobrado na esquina, na velha foto, é do João Antônio Garcia e incendiou-se em 30 de setembro de 1929, sendo construído o que vemos na foto atual. Neste atual, funcionou a rádio Iracema, o Partido Comunista, a Liga Integralista a loja "A Espingarda", a sorveteria "Cabana", "A Esmeralda", em épocas deferentes.

O sobrado da esquerda era da família Justa e ali funcionou a "Pensão Familiar", a "Farmácia Albano", a "Farmácia Meton", a "Farmácia Fortaleza", o "Café Rex", "sorveteria Pontes", a casa de merendas "Plc-Nic" e hoje é o Edifício Jalcy, tendo no térreo as "Óticas Itamaraty", o "Palácio das Canetas" e o "Waldo's", café e tabacaria.
O calçamento na foto antiga é do tipo ainda hoje utilizado nos bairros distantes, e que foi apelidado de "cearalepípedo". São pedras toscas quebradas à marreta. Antes as pedras são extraídas nas serras, por meio de dinamite. Os calçamentos se iniciaram em Fortaleza ao tempo da seca de 1877, quando foi aproveitada a mão de obra dos flagelados que traziam os blocos de pedras nos ombros desde as pedreiras.
RUA BARÃO DO RIO BRANCO ESQUINA COM RUA GUILHERME ROCHA II

Ao tempo da "Farmácia Albano", de Antônio Albano, pai, de José Gil Amora, nos fundos tirava o jornal "O Garoto'" da Academia Rebarbativa.

A foto antiga não é tão velha, datando da década de 1940 já em seu final. Apesar da presença dos trilhos e fios de bondes, talvez esses já não mais existissem, pois deixaram de circular em 1947. A rua ainda era calçada com paralelepípedos. Vemos no velho sobrado os "jacarés" para descida d'água.
A foto atual mostra. No local do velho sobrado da "Farmácia Albano" o Edifício Jalcy, inaugurado em 1959, que traz na parte térrea o "Waldo's" (café e tabacaria). Em seguida vêm várias lojas e depois o edifício Diogo, hoje transformado em "shopping" e várias lojas e bancos, com destaque para a "Casa Pio", "Fininvest", Bradesco, "Charmile", "Bunny's", "Lojas Pecary", Banco de Crédito Real de Minas Gerais, etc.
O asfalto, a sinalização, os carros, telefones públicos (orelhões), postes de concreto-armado, semáforos, iluminação pública a vapor de mercúrio, tapumes e vestimentas das pessoas, mostra a diferença de época das duas fotos.
Chamamos a atenção para a quantidade de aparelhos de ar condicionado nos prédios, principalmente no Jalcy.
Estamos no meio da rua Formosa hoje Barão do Rio Branco, de costas para o sertão e de frente para o mar. Avista-se o cruzamento com a rua São Paulo. Na foto antiga, do lado esquerdo, vemos, em primeiro plano, uma casa escura, que era residência do tabelião Pamplona, depois Cartório Tabelião Joaquim Feijó de Melo. Funcionou também no mesmo prédio a Tipografia Cearense.
Av. BARÃO DO RIO BRANCO - ANTIGA RUA FORMOSA

A seguir vem uma casa de drogas de Antônio Gonzaga e outra de Guilherme César da Rocha e ainda uma refinaria de açúcar de José Joaquim Alves Linhares. No sobrado, de Joaquim Paulino Barroso, funcionou o escritório da companhia de bondes. O prédio da esquina era de propriedade do português comendador Francisco Coelho da Fonseca, onde foi também estação telegráfica.
Muitos anos depois ai estiveram entre outros: Banco Francês Brasileiro, Quixadá Tintas nº 1, Audi Promotora de Vendas, União dos Bancos, Edifício Studart, London Bank; Lima & Albuquerque.

Do lado direito existia a movelaria, Monteiro, onde funcionou depois o cinema Rio Branco, Agência do Loyde Brasileiro (ver a bandeira) e o "Rocambole", de Bernardino Plácido. Anos depois funcionaram ali: Planos Técnicos Brasil, "Friolar", Tecidos Bezerra, Banco dos Proprietários, Banco Mercantil de São Paulo, Cimaipinto e na esquina o café América.
No quarteirão seguinte, do mesmo lado, a Casa Villar, o foto Olsen, em outras épocas, a tipografia Carneiro e a Agência Iracema, de Roque Macedo.
A foto atual, de Osmar Onofre, já mostra total modificação. Já não existem as casas antigas e nem o edifício Studart, que foi demolido e hoje é um estacionamento para carros, sem teto.
Do lado esquerdo há casas de bingo, Lojas Americanas, Losango promotora de vendas, Unibanco e no quarteirão seguinte a Arca da Aliança. Do lado direito, O BICBanco, o Banco Mercantil de São Paulo - Finasa, um estacionamento e uma casa Miami Bolsas. Destaque no quarteirão seguinte para o hotel Sol, antigo Premier, seguido da loja do Baú da Felicidade. Quase todas as casas comerciais antigas e também as mais modernas desapareceram e estão hoje fechadas.
Este é o primeiro quarteirão da rua Barão do Rio Branco logo após a Santa Casa de Misericórdia. Atualmente é rua Barão do Rio Branco com João Moreira.
RUA BARÃO DO RIO BRANCO ESQUINA com RUA JOÃO MOREIRA

A casa que vemos à esquerda (uma parte) na foto antiga, que data de 1905, era o Hotel Popular. Do lado direito vemos a casa da esquina, que serviu de sede do Teatro São Luiz, de Joaquim Felipe de Meio. Foi ali que esteve, em 21 de julho de 1882 o maestro Carlos Gomes.
Em 1896 o teatro fechou e o Dr. João Moreira passou a residir na casa.
Daí seu nome na rua que corta perpendicularmente a Rua Barão do Rio Branco. A casa vizinha foi construída no ano em que o teatro fechou, 1896 e serviu como residência. Nela morou, já nas décadas de 30 e 40 do século passado, o compositor e teatrólogo Paurilo Barroso, que ali instalou a Sociedade de Cultura Artística, que tantos serviços prestou à nossa terra no âmbito da cultura. Quando Paurilo mudou-se ali se Instalou a Câmara de Vereadores de Fortaleza. Na terceira casa, a escura, de três portas, nasceu o escritor Gustavo Barroso. Seguem-se várias casas, todas térreas e que eram residências.

À frente da casa listrada, está um bonde de tração animal, da Companhia Ferro Carril do Ceará. Eram bondes puxados por burros, variando em tamanho e quantidade de muares. Existiam os de uma e os de duas parelhas de burros.
A segunda foto, de 1986, e a atual mostram as diferenças ocorridas nos anos entre as fotos. A casa da esquerda desapareceu dando lugar a um muro onde fica um dos muitos estacionamentos para carros que enchem a cidade e que servem de suporte para produção de grafiteiros ou para colocação de propaganda política. Do lado direito a casa da esquina está completamente descaracterizada, além de dividida. A casa vizinha, que antes era listrada, que até a segunda foto ainda tinha portas com varandas, deixou de ter portas que se transformaram em janelas e a parede térrea foi protegida com pedras. O restante das casas foi todo alterado com reformas para pior.
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